"Ai minha mãe, menininha"
Dobram os sinos e a tarde esfria quase glacial e muda como tempo de morrer. Agitam-se corpos atirados para a azáfama mercantil do gasta e desgaste de haver natal e tudo isto me traz descida em mim uma tristeza de fazer mal. Bethânia e Caetano cantam oração de minha mãe menininha e pousam-se-me os olhos hoje mais verdes no varandim da saudade. Ai minha mãe minha mãe menininha... ecoam as vozes suaves pela casa do meu ser em trambolhões de lágrimas e o pinheiro pisca com luzes sem luz de nada haver hoje em mim de Natal. Ai minha mãe minha mãe menininha... Canta Dona Canô nessa doçura abençoada com o olhar de minha mãe assim velhinha ela também quando a onda se fez da cor da sombra. Canta Bethânia Caetano canta canta dona Canô a dor desse canto. Ai minha mãe!