Silêncio
Nada.
Nem das brumas
se ouve a voz
da alma dos avós
e na memória
D. Sebatião não veio
em tempo de nevoeiro.
Está vazia a era.
E de outrora haverá hora
um dia?
Não se cumpriu Portugal,
Pessoa,
e a alma não entorna
da exaltação tua.
Portugal jaz no seu silêncio
de campa fria
e das cinzas não há
sopro ou aragem
ou mesmo alento.
É muda a hora
luto o momento.
maria isabel fidalgo
CHÁ D'ABRIL
Ah tragam-me um chá Um chá urgente de menta Ou pimenta preta Ou cidreira ou tília Um chá de sabor a terra De eucalípto ou oliveira Numa chávena de Abril. Ah, tragam-me um chá Com aroma a cravo Também pode ser Um chá em clave de Sol Ou em mi(m) maior Ah tragam-me um chá De todas as maneiras Com aroma verde Em vaso de esperança Também pode ser Tenho sede Ah tragam-me um chá De aroma de maçã Que o chá aquece A alma que fenece No frio deste Abril Em que um cravo canta Esganado na garganta.
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