A GUERRA E A PAZ
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Entre a paz e a guerra
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há um tempo de intervalo
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em que uns tratam da terra
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e outros dão ao badalo.
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Estamos em tempo de paz
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combinei com o inimigo
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eu não ligo ao que ele faz
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ele não liga ao que eu digo.
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Quando for a guerra fria
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resmunga-se ao desafio
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ele cala-se e não pia
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e eu murmuro e não mio.
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Em guerra declarada
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a melhor arma é o fado
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é a viola de um lado
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e do outro a desgarrada.
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À vez, só um cantará
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fica mal a gritaria
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no fim a guerra dirá
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quem ganhou na cantoria.
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CHÁ D'ABRIL
Ah tragam-me um chá Um chá urgente de menta Ou pimenta preta Ou cidreira ou tília Um chá de sabor a terra De eucalípto ou oliveira Numa chávena de Abril. Ah, tragam-me um chá Com aroma a cravo Também pode ser Um chá em clave de Sol Ou em mi(m) maior Ah tragam-me um chá De todas as maneiras Com aroma verde Em vaso de esperança Também pode ser Tenho sede Ah tragam-me um chá De aroma de maçã Que o chá aquece A alma que fenece No frio deste Abril Em que um cravo canta Esganado na garganta.
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