O SORRISO
|
Deixa-me ver teu sorriso
|
que nele me vejo também ,
|
mesmo não sendo preciso
|
saber tudo o que contem .
|
sabendo que é nele que estás
|
é nele que eu me verei
|
e logo eu sentirei
|
o que nele me dirás .
|
Essa expressão facial
|
que nós temos para exprimir !
|
não sei de um outro animal
|
que saiba rir ou sorrir .
|
tudo podemos dizer
|
num sorriso ou gargalhada
|
numa forma de o fazer
|
fica dito tudo e nada .
|
Seja uma forma de apelo
|
ou seja a alma a falar
|
basta um sorriso singelo
|
para a mensagem chegar !
|
um sorriso desfiando
|
a luz da alma se abrindo
|
é como ave voando
|
ou uma flor sorrindo
|
Ou um coração sentindo
|
se tímido se fez, calando ,
|
ou um desejo pedindo
|
ou um lamento deixando ,
|
ou a risonha expressão
|
de alegria ou surpresa
|
ou só manifestação
|
de satisfação ou tristeza
|
E não há sorriso mudo
|
ou sorriso carrancudo ,
|
há só o sorriso amarelo
|
com que se disfarça um riso .
|
Mas nenhum deles é belo
|
que, não mostrando afeição ,
|
faltam pontas de emoção
|
para que seja sorriso
|
Sendo nuvem que está vindo
|
mostrando-me um céu se abrindo
|
meu olhar nunca se cansa !
|
sorrisos, passos de dança
|
onde o coração remansa !
|
e seja rindo ou sorrindo
|
há um que é sempre lindo
|
um sorriso de criança!
|
CHÁ D'ABRIL
Ah tragam-me um chá Um chá urgente de menta Ou pimenta preta Ou cidreira ou tília Um chá de sabor a terra De eucalípto ou oliveira Numa chávena de Abril. Ah, tragam-me um chá Com aroma a cravo Também pode ser Um chá em clave de Sol Ou em mi(m) maior Ah tragam-me um chá De todas as maneiras Com aroma verde Em vaso de esperança Também pode ser Tenho sede Ah tragam-me um chá De aroma de maçã Que o chá aquece A alma que fenece No frio deste Abril Em que um cravo canta Esganado na garganta.
Comentários