Quando chegar a hora da borboleta quebrar a asa
no ramo da alvorada rumoroso
peguem no sol e deitem-no ao seu lado
abram-lhe a porta à brisa e ponham rosas
cor-de- rosa para que  respire a campo
e ouça do vento o canto.

Não chorem por ela 
que a vida foi o que sonhou
e se houve risos, beijos, bagatelas
amor foi sempre o que sobrou.

Deixem-na na ir no tempo dela
para um lugar qualquer fora do mundo
respirar ou sufocar num outro ar
seja rio, seja mar, no mais profundo.

Leiam-lhe os versos que escreveu
quando a cinza cair feita poeira
e se houver um madrigal de milho
cantem-lho na hora derradeira.

Assim irá 
vestida das palavras que teceu
fingindo-se poeta.
De beleza efémera
morreu a borboleta.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

ESTIO À BEIRA-FRIO

CHÁ D'ABRIL

Velas e rosas apaziguadas.