Rapaz com cesto da fruta- Pinntura de Caravaggio
Em jeito de Ricardo Reis e das filosofias estóica e epicurista



Deixa aos deuses o que é dos deuses
e colhe o sol que te é dado
na ilusão da glória.
Ergue a taça da indiferença
às sombras que passam
porque será tua a sombra
que nada te cobrará
quando chegar o barco.
Coroa-te de heras, rosas
e deixa-te ir ao sabor do rio
e da placidez das horas.
Deita-te na indolência da luz
que nem olhos te pede
para a gozares
num ofertório de solenidade calma.
Sê rei de ti mesmo,
príncipe do nada
e serás menos escravo
quando crónos ceifar a hora
em que serás nulo.



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