Quadras ao acaso ( para a Marta, minha afilhada)
Mente a boca quando mente A dizer que não que não Mas contente finalmente Com a batuta na mão. Ai rio lá dessas bandas Manda água com fartura Para lavar tuas margens Do lixo e da impostura. Eu vi galinhas pequenas Com asas de gavião Mas voavam rasterinhas Quase coladas ao chão. Ai Senhora d'Agonia Ajuda quem tu puderes E dá legumes aos homens Já que não dás às mulheres. Eu gosto de quem me gosta Destemida como sou E dou açoites e beijos Mas ninguém mos ensinou. Que bom é viver igual Ao que por dentro se sente A gente vê-se ao espelho E o espelho é que mente. Não me diga a boca não Aquilo que hei-de fazer Que a idade já pesa E não o quero dizer. Já se deitou meu amor Vou-me deitar ao seu lado Nos braços do meu amor É bom estar acordado.