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morto o pinhal, morto o rei, mortas as naus, mortos os sonhos que plantámos noutros cais, mortas as aves na vertigem da altura, que sopro nos trará novos beirais ? ai flores, ai flores do verde pino, chorai, como as filhas do mondego, a morte escura. ide dizer ao rei que do milagre nem as rosas se salvaram da santa esposa, que Leiria é um cemitério, um deserto de cinzas, e que bicos ardidos não gorgeiam de azul na imensidão dos céus cinzentos ai meu Portugal , meu berço de três sílabas a murchar, que me dirás das quinas que encimaste em todo o Mar ?

AMOR SONHADO

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Não sei se exististe Ou se te amei assim Mas sei que te sonhei Por todos os cantos Onde o meu amor podia Ser o deslumbramento de te ver. Descia pelo eirado E chegava ao roseiral Onde vinhas trazer-me o sol Num livro de versos Ainda era dia e já tardavas (Que tarde de tarde tão tarde!) Descia pelo eirado E havia a vinha e o rosmaninho Na borda do portal E um banco de pedra. Era a hora das mãos E do sorriso inocente dos silêncios Num livro de versos Onde nos guardavas em segredo Enquanto as águas corriam. Descia pelo eirado E trazia o coração aos saltos Rente ao muro agitado Até que uma sombra escorregava Pelo calor do portal velho E tu aparecias com o teu olhar De veludo ou de cetim Com um livro de versos Onde nos beijávamos Com vogais abertas De olhos fechados. Não sei se exististe Ou se te amei assim Mas sei que te sonhei Por todos os cantos Onde o meu amor podia Ser o deslumbramento de te ver. E era tudo tão real Na leira desse passado Que ainda desço o eir
Nao chora mais Inês nem geme Pedro a dor da perda que o perdeu d'amor. Junto a Inês repousa alva garça flor de neve concha arrancada suave pérola. Em Alcobaça o tempo passa solene e suave ténue e leve e passa o Mondego em degraus de água azul macia. Alto o céu guarda as almas luminosas do amor eterno. Celebram núpcias as lágrimas da quinta assim chamada em memória da dor. Mas é só ardor agora: Inês não chora Pedro não geme e AMOR não teme. maria isabel fidalgo- o oiro das manhãs