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A mostrar mensagens de dezembro, 2007

FELIZ ANO NOVO

Vem mais um ano. Ele aí está, desejoso de entrar, desejoso de que ergamos as taças de champanhe para brindar a sua chegada. Vem sorrateiro, vem de mansinho, vem em passo de dança, até que a hora fenestral chegue, a contagem dos minutes asfixie, a dos segundos agonize e ele, triunfante, possa entrar. O actor entra. Ele é o protagonista da cena toda pejada de luzes, das mesas a abarrotar de iguarias, dos vinhos régios a adoçar os canais por onde desce, das rolhas que estoiram em frenesi de excitação, das luzes que piscam num arraial de euforia, obrigatoriamente contentes, dos foguetes que se atropelam em gritaria, de braços para o ar e para a imensidão da esfera celeste. O actor entra triunfante por entre aplausos, mal o pano se abre e a cena começa. Ninguém sabe qual o papel que ele escolheu para os actores com quem vai contracenar, mas todos os que têm saúde, juventude e a digestão preenchida, sorriem perfumados, lindos nos seus fatos de luxo, nas sedas que luzem entre decotes atrevido

O meu nome é Ibel

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O primeiro menino a explorar e a atiçar a minha imaginação foi o Luís. O Luís é filho dos irmãos que eu escolhi, e foi uma das escolhas mais limpas da minha vida. Os meus irmãos são a Gracinda e o Castanheira, e a minha filha trata-os por tios. Este tratamento nasceu espontâneo, como brisa que se dá a outras brisas, porque o tempo assim quis que se dessem. E, às vezes, o tempo acerta na hora e no momento. Eu sou madrinha de baptismo da Marta e a Cinda é madrinha de curso da Ana, minha filha. Continuando com as brisas, o Luís tinha os olhos grandes e redondos e adorava histórias, sobretudo as que eu lhe inventava. E quantas lhe inventei enquanto comia, que ele era um diabinho na hora da refeição! Cada três colheradas era uma história, e então vinha o lobo que gostava de meninos e dormia com eles no Inverno para os aquecer e fugia de manhã para a floresta, vinha a lua que se tornara amiga do Luís numa viagem de avião, vinha o mar em baldinhos a escorrer da minha imaginação transbordan

Poema em carta à mãe natal

Querida Mãe Natal Aí onde estás, não entre as renas, Mas vestida de estrelas soalheiras, -Espaço estelar onde o espírito cintila- Nas palavras escritas que me ditas, Faz-me ser, se possível for essa proeza, Ser eu, cada vez mais, a filha tua, À altura da pessoa do teu nome E no Amor lavado com que me vestias No dia a dia, que por o ser, Era sempre Ano Novo. Não deixes esmorecer a tua Bela Para ti, sempre vela natural, E incendeia de chama, brasa, Luz de ti, A braseira da minha alma de NATAL.

CHOVE A MINHA MÂE!

Escorre molhada a água Que transborda salgada Dos olhos do céu Minha mãe não vem Minha mãe morreu. Mora minha mãe Memória acordada Na saudade acesa Na noite fechada . Canta sua voz Cantiga de amigo Cantiga de amor A velida é a Bela Flor, aguarela Macia na dor. Chove a minha mãe Enquanto eu for Essa donzelinha Menina cantiga Trovador de amor!

Que riacho de graça!

Os dois versos deste poema saltitante surgiram, em contexto de sala de aula, a propósito da palavra"arroio", do poema" D. Dinis", da Mensagem. O Pedro, "menino" de voos e alturas, disse que riacho não era muito musical e que preferia regato. E logo eu:"Que graça que acho ao riacho que és!". O Pedro sai logo com outro verso, mas a turma optou por este. Pedro, vais ter que nos convencer! Eu sei que vens aos Frutos, portanto, pula, Pedrinho,Pedrinho pula! Para ti, Pedro, aqui vai o meu" riacho ". Cuidado! É tudo fingimento, mas com muito amor. Que graça que acho Ao riacho que és Ao sol que escondes Debaixo dos pés. À onda em baldinhos Da água do mar Solfejo de luas Nesse teu olhar. Que graça que acho À graça que tens Morango na boca No odor em que vens Que graça que acho Aos teus rebuçados Beijinhoss de mel Mal dos meus pecados BEIJINHOS!!!!!!!!!!!!