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A mostrar mensagens de outubro, 2007

Melopeia do tempo ( IF)

SE tiveres um bocado de tempo Um bocado precioso do teu tempo Um momento breve de minutos Ou doces momentos de segundos Atravessa a ousadia e vem dormir Neste leito onde a chama arde Sem que se faça em cinzas Aqui é amor apenas e graça A música que vem de ti Doce Chopin do meu piano Barco pronto a partir Pelo teu rio acima Tejo que quero descobrir.

Primeiras Memórias

As minhas primeiras memórias da pessoa menina que fui remontam aos três anos. A primeira e a mais fiel foi a da minha ida para o infantário, o Colégio de Santa Maria. Este foi um dos primeiros espaços onde a avezinha se atreveu aos primeiros voos, naquela casa de corredores compridos e salas amplas com imensas bocas de luz e um terreiro de muros altos e árvores frondosas que nós, meninas de bibe escalávamos, atropelando-nos umas às outras, em gritaria sôfrega e desgarrada, a ver quem chegava mais perto do céu. Mas a primeira memória foi muito dolorosa e ainda agora, à distância de tantos anos , ela emerge inteira e pesada para me afrontar. O átrio estava cheio de baba e ranho, algazarra, olhos com mar invernoso e ondas inquietas, freiras, mães, escadaria de pedra austera e eu agarrada à minha mãe, aos gritos, enquanto a irmã Pia Maria me falava com a mansidão desejável( mas que ela sempre teve) , em situações tempestuosas. Recordo o grito lancinante que soltei quando

Flash

Tirei uma fotografia ao coração E pus-me a observá-lo Era pequenino e tinha na mão Um bibe de menino. Peguei-lhe ao colo Trouxe-o ao jardim Fez- de flor E deu-ma a mim.

Memórias de mim

Tenho dificuldade em relacionar-me com todo o tipo de aparelhagens, logo tornava-se impensável, para a pessoa que sempre fui, poder um dia familiarizar-me com um computador. Sempre fui de palavras escritas com caligrafia própria que pudesse , ela em si, falar de mim, como quem tira um retrato ao coração. Mas as coisas acontecem devagar e, sem saber bem como, eis-me aqui a escrever no meu blogue (imaginem, eu , a de frutos de mim e mar, tenho um blogue!) e, numa embarcação de remos inseguros, vou " de ilha em continente", vendo "o mundo de repente", surgir "inteiro" neste écrã do mundo. Não sei até onde me vai ser possível navegar, mas na viagem há marinheiros mais habituados a estas lidas que estão sempre dispostos a salvar um náufrago. Espero bem! De mim, a promessa de que hei-de voltar a mim e aos frutos. Do mar, é um amor que só eu sei .Tem odor de beijos com salitre e paladar de maresia alada que me faz guindar às alturas. E tem o primeiro amor. E