Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2008

ROSTO

Éramos muitos no meio dos cardos Todos feridos de fúria e de fogo Mas tardávamos os gestos no silêncio E adiávamos o golpe das espadas. Anoitecia lentamente nos espelhos Onde um ou outro rosto se olhava Na miragem de um vulcão incandescido. Doía a noite. Doía o dia . Doíam os ponteiros do relógio Em cada trovoada que tardava. Doíam os sarcasmos Doía a humilhação Doía a combustão. Tudo me doía, minha mãe, No rosto que sorria.