ROSTO

Éramos muitos no meio dos cardos
Todos feridos de fúria e de fogo
Mas tardávamos os gestos no silêncio
E adiávamos o golpe das espadas.
Anoitecia lentamente nos espelhos
Onde um ou outro rosto se olhava
Na miragem de um vulcão incandescido.
Doía a noite.
Doía o dia .
Doíam os ponteiros do relógio
Em cada trovoada que tardava.
Doíam os sarcasmos
Doía a humilhação
Doía a combustão.
Tudo me doía, minha mãe,
No rosto que sorria.

Comentários

Luis Castanheira disse…
Ibel

Fabuloso!!!
Parabéns!

Beijinho

Luis
Anónimo disse…
Olá, outra vez stôra. Para lhe ser sincera estou a tornar me uma grande fâ do seu blog.Sempre que venho a inernet ja é um acto impulsivo ir aos favoritos para vir ao seu blog.
gosto imenso dos seus poemas, dos seus textos literarios. A stora é mesmo uma pessoa mais do que 5 estrelas. :) Parabéns pela pessoa que é. (Já sabe que quando um/a anonimo/a assinar "ola outra vez" deve ser a mesma pessoa!! eu!!!!)
Anónimo disse…
Sou leitora e cada vez gosto mais do que escreve ,Ibel!

Alda
Anónimo disse…
Doutora,

O seu grau de exigência e o seu magnífico blog deixam os pais tranquilos.
Muito obrigada.
Cris disse…
Lia meu lar.
Lindo!Maravilhoso!
És poesia minha flor.
Nunca esqueça o quanto és cativante e amada.
beijos no coração
Anónimo disse…
Sem dúvida, uma mulher empenhada,sensível e lutadora.
parabéns,Ibel!
Delfim Peixoto disse…
Sempre uma Senhora Poetisa, e Mulher que sente... e sempre poemas de beleza rara... não sei porquê, hoje me lembrou Espanca...num misto de Pessoa
bjnhs mil
Anónimo disse…
Pensava que me tinha esquecido de si? A faculdade é outro mundo, mas há pessoas inesquecíveis.Um dia destes vai ter uma surpresa.
beijocas
Elisabete disse…
Ibel: o "rosto" da Poesia.
Comove-me sempre... muito.
Beijinho
Anónimo disse…
Se o poema é uma alegoria, está plenamente conseguida a mensagem que transmite.
Ontem o meu computador insistiu em não querer funcionar. Hoje às sete da manhã, estava renovado.
Um bj.
Isabel
Anónimo disse…
E se passarmos os verbos para o presente do indicativo?
Que fizeram aos nossos rostos,Ibel?Com que bálsamo os regaram?
Anda sede de poder e a gente a obedecer.
Tudo é nada!Tudo!
Deixem-nos viver!
Anónimo disse…
Olá professora e amiga!Sou a Nádia, recente ex-aluna! (O seu blogue continua a encantar-me...)Como ja sabe, consegui! Mas estudar num país estranho obrigra-me a crescer, e como a minha mãe diz: "Crescer dói!". Um grande beijo,Nádia(vou tentar contactá-la por email...)

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