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A mostrar mensagens de setembro, 2008

Parabéns, "Pepo Caleila!"

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Luís(inho), Gostava que fosses outra vez pequenino, porque eu teria menos anos do que aqueles com que a vida te brinda hoje. Tu serias o menininho que metia a cabeça nas grades do quarto andar, para gritar Ibeeeeeel, mal aparecia nas escadas do prédio, para ir jantar a tua casa. Todo tu eras excitação, alegria branca e espontânea, num olhar redondo de sol e de asas. Não sei qual dos dois era mais criança, sei é que nos amávamos com aquele amor que é sempre " urgente como um barco no mar ". Ele era o esconde-esconde atrás das portas, dentro do guarda-vestidos, debaixo da cama, na varanda e até dentro do tanque... Mas do que tu mais gostavas era das histórias que te inventava na hora interrrrrrrminável da refeição! Cada colher era quase meia história que tu absorvias com sofreguidão. Quantas vezes te recontei a do menino e da Lua, a do leão que conheceste na floresta e que vinha dormir no teu quarto para te aquecer nas noites de Inverno? A da lua era a tua preferida e tu já a r

PARABÉNS, "CHEIA DE GRAÇA"!

Se fosses viva, comemorarias hoje 97 anos de idade. Há quatro longos anos que não nos vemos e, no entanto, as horas são sempre poucas para te recordar.Eu sei que não preciso de te lembrar a minha saudade, mas sempre é bom partilhá-la contigo, naquele jeito lindo que foi sempre o nosso amor confessado e assumido com beijos incontáveis, com mãos abrasadas pelo calor do nosso afecto. Cada vez te amo mais, minha mãe, e sempre que rezo uma Avé Maria, na minha oração é sempre a tua imagem que aparece, astral e luminosa . Por isso, minha mãe, te elegi como padroeira da minha devoção; por isso, entendo agora a minha adoração, desde menininha, pela imagem sagrada da mãe de Jesus. Era Maria, enquanto mãe, que me fascinava; era já a ti que eu rezava e pedia protecção; era já, perante ti, que ajoelhava, nessa veneração a Maria, a cheia de graça . A Santa Terezinha da nossa casa ficou comigo. Lembro-me dela, desde o tempo remoto do já lá vai tanto tempo, eu e a Carmo pequenininhas , de pijaminh

SUBITAMENTE

A casa estava silenciosa. Nenhuma asa rompia as janelas Abrindo os olhos aos vidros. Os passos esvaziaram a alegria Da cumplicidade dos encontros No segredo das horas. Subitamente um sorriso Veio da estrada do sol Com o cheiro dos pinhais E a luz das andorinhas Rebeldes. Os passos leves e breves De aguda claridade.

MEU AMOR MAIOR!

Deu-me a vida a tua luz de Maio Estonteada de sol de Primavera E eu pasmei o milagre de ser mãe E nomeei-te meu céu e minha estrela. Deu-me Deus um ser imerecido, Embora te sonhasse radiosa, E hoje ainda pasmo o teres florido Em mim, doce aroma cor de rosa! Deu-me Deus no teu olhar o brilho Talhado em cristal de laranjeira, E a vida ganhou novo sentido. Por isso, se me perco no meu trilho, Ferida das mágoas da canseira, Em ti, busco o porto preenchido.

VIDA

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"Capitão no seu posto" Fez-se ao mar o marinheiro... Ondinha vai, ondinha vem O barco avança, vai mais além. Lançou as redes o marinheiro, Veio cardume bom e inteiro, Peixe sadio e variado, Mas, marinheiro, fardo pesado! Ondinha vai, ondinha vem, O barco avança, vai mais além. Há vagas altas, Há sobressaltos, O barco balança, Mas logo serena Com a bonança, Ondinha vai, ondinha vem, O barco avança, vai mais além. Não se desvia da sua rota. Há muito mar para navegar, Há muito peixe para colher, Há horizontes por desvendar, Há sol ao longe por descobrir, Há onda e onda por florir... Ondinha vai, ondinha vem O barco avança, vai mais além.

EM JEITO DE RICARDO REIS

Serenamente no Olimpo Se coroam os deuses de flores E são felizes. Imitemos os seus gestos. Rosas, orquídeas e verduras São frutos da natureza, Afagos de beijos Com que a vida nos brinda.

MEMÓRIA D'AMOR

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Nao chora mais Inês Nem geme Pedro A dor da perda Que o perdeu d'amor. Junto a Inês repousa Alva garça, flor de neve, Da concha arrancada, Suave pérola. Em Alcobaça o tempo passa Solene e suave, Ténue e leve. E passa o Mondego Em degraus de água Azul macia. Alto, o céu guarda As almas luminosas Do amor eterno. Celebram núpcias As Lágrimas da Quinta Assim chamada Em memória da dor. Mas é só ardor agora: Inês não chora Pedro não geme E AMOR não teme.