Mais um ano de vida sobre o meu corpo.Toda eu envelheci, ainda que o tempo tenha sido generoso comigo. Mas envelheci. E não é aquela velha história de que todos envelhecemos. Envelheci pela força de muitas histórias que a vida somou em cinco décadas e mais de meia. Envelheci nos ossos que começam a dar os primeiros sintomas de desgaste, na pele que começa a perder a rigidez, no rosto que acusa algumas rugas. Envelheci e já é irreversível este envelhecimento de comando ou descomando hormonal. Não posso fazer nada. Envelheci. Curiosamente, sinto não sei onde, ainda a acenar-me, uma alma de menina. Continuo a gostar de brincadeiras malucas , de sorrisos e de gargalhadas, de partidinhas, de surpresas, do sol infinito e das árvores altas( mesmo se as vejo de baixo), da areia do mar, das crianças( meu Deus, as crianças!!!) , do passado que guardo intacto no meu espaço mais íntimo. Vou acordar um ano mais velha.Cinquenta e oito folhas de uma árvore outonal que receia perder a seiva ou v...