MAR DE MINHA MÃE

Quero-me mar de minha mãe Musa de mim eterna e meu poema Solstício de fogo e combustão Ardente vulcão da minha pena. Nela semente despontei No verde arejar da Primavera E numa asa azul me elevei Tão leve, que me fiz de aguarela. Isto me dizia a minha mãe Com mimos de sorriso no olhar Meu refúgio de mel, ó minha estrela, Meu pão-do-céu de respirar! Ando ainda, às vezes, lá por cima Em nuvens enroladas de algodão E fica-me mais perto a minha mãe E fica-me adoçada a inspiração.