Aguarela cor-de -rosa
Só posso cantar-te a cor-de rosa
E pintar-te em aguarela impressionista
Com traços imprecisos mas seguros,
-Palavra dissílaba e clara-
- Meu redondo afecto-
De vinte e cinco anos e mais nove
Os meses de nós duas em segredo,
Secreta união de encantamento
Em que o tempo pasmava de suspenso
O berço do teu inho respirar
Em mar aventre,
- O meu- !
Do teu esvoaçar primeiro
E do teu sonhar na praia
Só eu colhi a asa-
-Meu céu-!
E leda contigo conjuguei
Um sonho sussurado no umbigo,
-Meu abrigo-!
Comentários
Fantástico poema de "aventre".
Aconselharam-me o seu bogue e do que li goetei o bastante para lhe dizer que devia pensar em publicar o que escreve.
Já estivemos juntas há muitos anos em Gamil, num almoço no Zé do Arco.
Isso diz-lhe algum coisa?
Abraço
Lino.M. B.
Realmente não faço a mínima ideia de quem possa ser,até porque fala no feminino e assina no masculino.
Mas isso não interresa, até porque me parece que o seu nome está escrito ao contrário e eu sei que conheci alguém com apelido Lino.
Realmente, a minha mãe foi profes-
sora em Gamil, mas há mais de três décadas, pelo que nem o nome do Zé do Arco me recorde o que quer que seja.
Mas agradeço a sua visita e as palavras simpáticas que me dirige sobre este poema que é tanto meu, como da minha filha "cor-de-rosa".
Sobre a publicação do que escrevo, ela vai sendo feita aqui, sobretudo
para que possa servir de roteiro afectivo aos que vierem depois de mim, com sangue do meu sangue.
Fique bem com um abraço e um dos meus melhores :-)s.
Parabéns pela mãe que vive em si.
Obrigada por ser leitora assídua deste blogue e, sobretudo, pela escrita poética que aqui deixa,como se a "sua onda" viesse juntar-se à minha, neste mar de afectos por onde sei que gosta de navegar.
Espero que a rota da "minha aguarela cor-de-rosa" chegue a porto de abrigo,tão seguro, como aquele donde saiu.:-)
Beijinho
Gostou do "farrapinho" negro do vestido da Fernanda Botelho? Eu também gostei do vestido todo. Tenho pena que não seja mais conhecida. Ainda por cima é portuense...
A "Ibel" é uma verdadeira poetisa, uma alma sensível e muito bonita.
Bonita é também a sua relação com os alunos. Apesar dessa desgraçada vida de professora.
Acredite que tenho grande admiração por si.
Um beijinho da Elisabete
Começaste a libertar os medos, e o arranque é sempre o mais difícil.
Tens feito uma evolução muito grande e tudo feito a pulso,o teu pulso, o que torna o esforço mais sublime.
Perde os medos porque todos temos fragilidades e receios, até aqueles que andam por aí de crista erguida. Lembra-te de Pessoa "Cheio de fé não temo o que virá/pois haja o que houver/nunca será maior que a minha alma."
Beijinho e continua a caminhar...
Fiquei tão feliz com a sua visita!
Quando me levantei fui ao Delfos, passei pelas ilhas para ver se havia texto novo,fui ao tempo breve e às sete peles sete sais e depois apeteceu-me um fruto.
E que fruto me saiu! E que bem me soube!
Agradeço as palavras que me escreveu e agradeço sobretudo o tê-la conhecido nestas "ondanças" de águas miraculosas para olhos e alma.
Estarei,sempre que puder, à espreita nos seus blogues: As Ilhas Encantadas; Amar o Porto + ; Sol Poente.
Continue sempre com essa determinação de cidadã interveniente . São esses gestos que justificam a nossa passagem por cá.
Beijinhos!
Beijinhos!( lembra-lhe alguma coisa? )
E ainda..."Luar de Janeiro"( outro encontro de encanto!).
E mais um beijo!
Delicada, fina e profunda a sua sensibilidade desmedida, mas tão seguramente explodindo contida, na estética destes versos seus.
A temática é restritiva e deveras arriscada. Trata daquela linha, tão mágica de aventura e sonho, que parte o tempo sempre em dois: o antes e o depois. E por mais que gostemos do antes, já não nos imaginamos, se não houvesse o depois.
Não é fácil ser poeta em temática asim arriscada. Por isso mais admiro a mestria com que a trata. E ordeno-lhe que escreva. Sobre esta e outras matérias.
Gostei especialmente do seu comentário, porque o poema foi dedicado à pessoa que mais amo neste mundo e hei-de amar no outro e no que há-de vir, porque um amor assim não tem tempo. Amor umbilical é para sempre do lado esquerdo e direito do coração.E você disse uma coisa importante" e por mais que gostemos do antes, já não nos imaginamos, se não houvesse o depois".E por isso, o corte do "cordão" nunca se faz e é afago e dor.
Mas não quero falar mais nisso hoje,porque ando em maré de melancolia.
Beijo
Beijinhos,
Marta
Que lindo comentário!
Beijoware!