Verde, amarelo, azul marinho....


Este meu blog tem sido painel de momentos felizes da família Castanheira: casamento da Marta e Miguel, aniversário da miau-miau, aniversário da mãe da dita gata, minha "mana" Cinda, e, hoje, o do António Castanheira, patriarca desta família e avô da "Matildinha, sua marota".
O Castanheira é família, obviamente. Não vou falar muito dele, porque é uma pessoa muito discreta: vive para dentro os seus sentimentos mais íntimos, preserva a interioridade das paredes do seu coração. Mas é talvez o primeiro a vir a este cantinho de escrita colher os frutos que semeio e a água do meu mar de ondas doces e, às vezes, levemente crispadas.
Colega do meu marido desde o tempo da faculdade, seu companheiro de república nos anos de ouro da vida, os alicerces dessa amizade são perenes e sólidos.
O Castanheira é um homem muito culto, muito honesto, muito simples, muito humano e muito coerente com os seus princípios. E esse "muito" em tudo é, por vezes, muito doloroso.
O Castanheira e eu, sem imodéstia, fizemos a delícia de muitas crianças, crianças de nós e dos nossos amigos. Passávamos férias juntos, durante anos a fio, vários casais amigos, nas Pedrinhas. A casa da Mariinha era em cima da praia e morada de todos, durante o dia. A viola do Castanheira dedilhava e a passarada acorria em bando para chilrear a "prenda do padrinho", que era feita de lápis de cores mágicas que desenhavam as cores do arco-íris: o azul do céu, a verdura da campina, a brancura da manhã e a flor pequenina que era colhida para dar à mamã.Sempre com alma de artista, o Castanheira integra e entrega-se a várias ctividades culturais: o Grupo Folclórico de Professores, os Caminhos da Romaria, o Grupo de Cantares (onde a memória do Zeca Afonso é a voz grata da memória ao artista e ao homem). É ainda contador de histórias por este país acima e abaixo.
É fácil adivinhar o porquê da adoração da Matilde pelo avô e o da recordação indelével que os meninos de ontem e as pessoas jovens que fomos todos nós guardamos deste amigo.
Eu tenho o privilégio de conviver com ele, cada vez mais e melhor, conviver de outra forma, esta forma de quem já foi virando várias páginas da vida, sabendo que já quase nada nos poderá surpreender, senão os afectos que vão sempre surgindo, vindos daqui e dali, mas sobretudo os de "lá" e os de "cá", esses que nos fazem querer prosseguir com verdade o rio que percorremos, em barcos paralelos, entre as margens das águas.

Feliz Aniversário, Castanheira!

Comentários

Luis Castanheira disse…
Pai

Um grande abraço do teu filhote!
És o maior!
Neste dia, temos que lembrar sempre o "carapuceiro" do Domingos Dias! Nunca me esqueço dele!!

Luís
Anónimo disse…
Sendo o meu papá tudo isso que dizes e muito mais e sendo uma das características apresentadas o ele ser reservado, reservo-me então o direito de não dizer muito mais aqui para logo ser um abraço intimo e apertado de parabéns, daqueles como dá a Matildinha... De cair para o chão!
Beijinhos
Anónimo disse…
Os anjos estão em festa.
Parabêns pela linda e doce história que vens construindo,e um grande abraço,junto ao desejo de muitas alegrias e conquistas.
Anónimo disse…
Nino:
É tão bom ver como os amigos nos retratam bem!Aqui não se trata de amigos , mas do melhor da nossa família alargada...
Só vim agora, porque sabes que andei com todo o meu afecto a preparar os mimos para os nossos que vinham contigo festejar.
Não te desalentes tanto com as "perdas"que são dolorosas mas pensa nos que estão e te querem ver no teu melhor.Guardamos no coração os que partiram antes de nós e ensinamos os nossos filhotes a ter esses sentimentos. Vês como o LUIS NÃO ESQUECEU O NOSSO QUERIDO DOMINGOS?
Para ti o melhor de mim.
Beijos de sempre e para sempre
Nina
Mar de Bem disse…
Hein?...e eu aqui, na ilha do Faial, também fui abençoada pelo Castanheira, compadre da IBEL/LIA...

Já era noite e dizem-me "vai ver a actuação do grupo do compadre da Lia à praça da República". Como sou bem mandada, quando me convém (porque a Lia é mana nova e mui preciosa), lá fui noite afora...

...peço desculpa, oh Castanheira, de não ter ficado até ao fim da festa, mas a minha "provecta" idade faz-me cansar e não aguento!
Como é que vocês têm tanta genica? E... "TAVA LINDA A FESTA, PÁ"!

PARABÉNS pelo aniversário e que nunca percas essa energia e talento.
Uma beijoooooooooooooooca.
Margarida
Anónimo disse…
"Tio",

Ainda sei de cor a letra, queres ver?

"Com a prenda do padrinho
Seis lápis agora, eu tenho
Verde, amarelo, azul-marinho,
encarnado, preto e castanho (bis)

De verde pintei a campina
Sorridente ao sol da manhã
Amarela era a flor pequenina
qu´eu colhi para dar à mamã(bis)

Com a prenda do padrinho
Seis lápis agora, eu tenho
Verde, amarelo, azul-marinho,
Encarnado, preto e castanho

De azul pintei o mar sem fim
e de azul o céu vai aparecer
Encarnada era a rosa ao pé de mim
De tão linda nem a pude colher(bis)

Com a prenda do padrinho
Seis lápis agora, eu tenho
Verde, amarelo, azul-marinho,
encarnado, preto e castanho

De preto pintei a noite escura
Onde ninguém se quer aventurar
Castanha era a árvore madura
Com tantos frutos a enfeitar(bis)

Com a prenda do padrinho
Seis lápis agora, eu tenho
Verde, amarelo, azul-marinho,
encarnado, preto e castanho"


Gostei muito de estar reunida com a "família alargada", no dia de ontem :

Parabéns!
Delfim Peixoto disse…
É bom ter amigos e deles boas recordações...
jnhs
Elisabete disse…
Lindas declarações de amor entre os membros desta "família alargada"! É bom saber que há gente assim.
Obrigada!
Elisabete
Anónimo disse…
Olá professora, talvez não venha muito a propósito no contexto da discussão do blogue, mas, como não encontrei outro espaço, aqui deixo o poema que escrevi numa altura em precisava de 'libertação'..:) É poema o que mais gosto de todos os que escrevi! Espero que goste desta humilde tentativa minha de ser, ainda que só às vezes, um poeta...

''Fico farto de coisas que são rotundamente inóspitas,
Esburacadas e ocas, esfareladas e desensabidas, secas, rotas pelo uso leigo;
Farto do cansaço das coisas cansadas, da ameaça pueril do uso servil do estado estranho humano;
Farto de coisas pegáveis e palpáveis, ruidosas e rabiscadas por belezas preenchidas com merda.
Farto da erva enganosa da sumptuosa erva enganosa que te dá ervas enganosas nas sumptuosas ervíces dos enganos..
Preenche-me de liberdade e liberta-me do preenchimento! Não quero ter coisas cá dentro! Quero ser descoisificado e o amor é o caminho, o amor é o adivinho sábio do lábio do beijo eterno. Esse por quem me desgoverno nesse Inverno cheio de Sol molhado pela alegria luminosa..
Oh formosa dama da minha libertação, canta a canção desafogada da ilusão, canta a emoção, canta a revitalização, canta-me a desmedida infinitização...

João Vieira Antunes 12-01-08
Raquel disse…
Sempre é bom ter amigos e recordações de Felicidade
Gosto muito de Você...
bjnh
Anónimo disse…
Queridos amigos,

Luía, Marta, Cinda,filha, Cris,Margarida, Delfim, Elisabete, um grande abraço para todos .
Não estou em braga, mas aluguei net para vos vir dar um beijo e para vos fazer um prdido: vão ver o blog dardomeu.blogspot.com

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