HÁ DOÇURA NAS AVES

Há doçura nas aves E ternuras puras Mais que humanas Brama em chamas A alma sofrida Já não há ninho Mas o passarinho Vela a morte da consorte No chão jazida. Ainda Amor tentou Em vão salvá-la Mas sem compaixão A morte escureceu o coração. Ah, alma minha"Assim deixaste Quem não deixará nunca de querer-te! Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te, Tão asinha esta vida desprezaste! Como já pera sempre te apartaste De quem tão longe estava de perder-te?" Não lhe responde a ave Que veloz voava No chão deitada Já não é nada Mas vela a dor Amor Que a dor aberta No coração manda E tudo desmanda Qual o poeta.