HÁ DOÇURA NAS AVES















Há doçura nas aves
E ternuras puras
Mais que humanas
Brama em chamas
A alma sofrida
Já não há ninho
Mas o passarinho
Vela a morte da consorte
No chão jazida.
Ainda Amor tentou
Em vão salvá-la
Mas sem compaixão
A morte escureceu o coração.
Ah, alma minha"Assim deixaste
Quem não deixará nunca de querer-te!
Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,
Tão asinha esta vida desprezaste!
Como já pera sempre te apartaste
De quem tão longe estava de perder-te?"
Não lhe responde a ave
Que veloz voava
No chão deitada
Já não é nada
Mas vela a dor Amor
Que a dor aberta
No coração manda
E tudo desmanda
Qual o poeta.

Comentários

Delfim Peixoto disse…
UM hino ao Amor... mas trsite... lembrou-me Tristão e Isolda

Um beijo
MaesDoc disse…
A morte
Só não é dor suprema
Para quem ,pela sorte
Nunca chegou a amar
As palavras dum poema.

Deste poema, Ibel, feito de " ternuras puras" e desesperos de alma.

Manuel Estrada
mar-ia disse…
ou, como o poema que o fado de Coimbra lembra: " também a morte é viver quando a vida nada vale"
A vida corre, as palavras ficam...
Laura disse…
Tudo para ti é pretexto para a poesia.
Recebi essas imagens por mail e fiquei muito emocionada.
Beijos
Zé disse…
A intertextualidade resultou muito bem.
Cumprimentos.
Ibel disse…
Delfim,

É mesmo um hino ao amor.Como diz a Laura, a que enviei essas imagens por mail, foram pretexto para o texto.

MaesDoc

Lindo o seu poema.Muito obrigada por ter chegado ao meu blog com os seus comentários poéticos que deixam ver um coração sensível.
Um grande abraço e volte sempre.

Mar-ia,
Não me recordo desse fado, mas é verdade o que ele diz. A vida corre e as palavras ficam ...e o amor também.

Laura,
Faço o que posso.Até amanhã, sim?
Anónimo disse…
Belas imagens acompanhadas de palavras sensíveis que nos fazem estremecer de emoção.

Beijinho

Mafalda e Francisca
Cris disse…
Ah minha Lia amada
Impossível seria se essa imagem não lhe provocasse versos tão lindos e sofridos.Depois de molhar esses olhos de campo verde.
Beijos
Castro disse…
Um poema dos mais belos, Ibel.Interessante ter encaixado versos de Camões.Vir ao seu blog é um enorme prazer que não dispenso e entro sempre com imensa cutiosidade.
Elisabete disse…
E o passarinho perdeu a sua Dinamene...
Lindo!!!
Querida Ibel

Tu escreves hinos, é assim que sinto cada palavra deste poema.
Um auto de amor e ternura suprema!

Saio...comovida!

Beijo maior
Angela Bela disse…
Nao da para conter a emoçao ao ler estas palavras...os sentimentos ganham vida!Esta no meu coraçao professora...Bjinhos
Mar de Bem disse…
Lia:
Estas imagens MATAM-ME, mas as tuas palavras SEPULTAM-ME!!!

Lia, Lia, só me apetece chorar, transbordar minha alma desta tristeza tamanha...

MULHER!!!
MANA, não me esfoles!!!
AC disse…
Que profundo e duradoiro laço terá unido esta ave à sua Dinamene, estabelecendo
"Que a dor aberta
No coração manda
E tudo desmanda
Qual o poeta."?
Há doçura nas aves, mas acima de tudo há doçura na alma da poetisa.

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