ESPERANDO MEU AMIGO























Menina minha pátria maresia
com salitre no rosto encandescido
dorme comigo
que minha mãe já foi...
e estou sozinha.
Menina amor
Traz o passado das romarias
De San simion
de Vale de Prados
e uma canção
de candeias a arder.
Menina galega
flor
galga as marés
e traz-me abraços do meu amigo
debaixo das avelaneiras floridas
onde me bailo fermosa
em cós
de corpo velido
Eu esperando meu amigo.
Eu esperando meu amigo.

Comentários

Unknown disse…
Um encanto, esta Ibel!
Uma intertextualidade muito bem concertada onde não faltam os elementos principais da sua poesia: pátria, língua, amor,mar, dança, e a menina eterna que tão bem canta e encanta.
JB disse…
E que esta doce espera só deixe de o ser quando a chegada desse amigo alimente esse desejo.
Uma espera de menina cheia de vida, cor e melodia!
É mesmo delicioso ler seus poemas. Gostei da sensação da dança à volta da fogueira, onde os desejos ganham asas e persistem ...

Obrigada, Ibel!
Beijinhos
GizeldaNog disse…
Essa cantigas trovadorescas tem um sabor de quero mais...e você transita por elas com uma naturalidade como se tivesse vivido então.

Essas avelaneiras floridas fazem parte do meu devaneio inicial pela literatura portuguesa.Foi há muito, muito tempo e jamais as esqueci.

Que bom você ter voltado para cá.Lindo poema.

Beijos, querida. Bom domingo.
Zé Rainho disse…
Ibel,
Até parece fácil, para quem muito sabe. Que maravilha de poema!
Nostalgia e esperança espelhadas de forma brilhante.
Quem me dera escrever assim. Vamos aprendendo com quem sabe.
Parabéns.
Beijinhos
Caldeira
A.+ disse…
A minha professora!!!!!!!!!!!!
Beijinhos para a mulher mais doce.
Contra.facção disse…
Ibel
Realmente a adaptabilidade é notória e o clima criado é quase plástico, quase visível e a imagem ajuda.
A mim cheira-me a Agosto.

Só não levo, porque não encaixa e o Luto continua a ser o mais lido e a cada dia mais. Não te vou fazer concorrência...
E.A. disse…
Ibel,

Se acaso estranhei a ausência, foi só porque a presença me é muito muito querida.
Basta-me saber que a minha fada boa não se esquece de mim e, de quando em quando, me dedica uma lembrança. Também não a esqueço.
Já tinha saudades da sua escrita. Espero que saiba que é para mim uma referência.

Um beijinho, grande como a saudade
AC disse…
A pátria, enferma de mil padeceres, parece não ser capaz de corresponder ao apelo. Resta-nos a dignidade dos dias, temperados de convicção e esperança, e adoçados, de quando em vez, na trova duma estrela cadente. Em suma, há que reinventar o futuro.

Ibel, sabe que há luz dentro de si?

Beijo :)
Flávia disse…
A arte de bem escrever com mestria e que belas invocações, Ibel.
Magnífico
Joana disse…
De Coimbra para Braga um beijinho com sabor a avelaneira para a minha mestra.
Estarei aí a bater-lhe à porta muito em breve.
Palavras dançarinas de menina!
Passos certos e seguros de quem sabe fazer bem!

Beijinho, Ibel
gracinda disse…
" Menina Minha"
"Menina amor"
"Menina galega"
...esperando seu amigo.

Que sensualidade na imagem escolhida! Mas quem espera seu amigo
espera-o com o corpo em fogo e movimento...Tudo perfeito no poema e na ilustração.
Beijoca mana.
Luísa disse…
Sabes que te identifico com a imagem, quando eras a jovem morena de olhos verdes que dançava até tirar a respiração?
Viraste loura e só te perdoo porque a idade não te tirou a graça nem a beleza que te vem de dentro.
A tua criatividade é imparável, amiga.
Anónimo disse…
Preferimos esta Ibel: dança, movimento, alegria, doçura, ENCANTAMENTO.


Beijinho avelã

Mafalda e Francisca
Unknown disse…
Enquanto espera o amigo, o leitor delicia-se.
C. Casais disse…
"Menina minha pátria maresia"

Só esta metáfora já valia o poema, rico em sonoridades musicais e sugestão plástica.

Uma colega de Almada, a quem foi recomendado o teu blog.Voltarei.
Belita disse…
"menina minha pátria maresia"

Querida Ibel, encantamento do princípio ao fim do poema.
E eu que sempre gostei de dar aulas de filosofia a partir da poesia como é que só te descobri agora? Logo agora que as aulas vão partir... resta a filosofia e atua poesia para me alimentar. Obrigada, amei, sonhei e dancei ao ler o teu poema. Belita

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