A virtude do erro
Uma asneira de menino |
é razão de reprimenda ! |
Parece-me um desatino |
nem vejo que alguém entenda . |
Se ele anda a aprender |
como há de saber fazer ? |
se for asneira de velho |
que até seja cientista |
já lhe pedem um conselho |
nem que o erro esteja à vista |
e apesar dos desvarios |
até chovem elogios |
mas vejam a personagem |
e a sua narrativa |
num discurso fatalista |
sempre com ar moralista ! |
que é ensaio, tentativa , |
tem sempre que acontecer |
e o erro faz-nos crescer |
faz parte da aprendizagem |
nem foi ele quem fez mal |
só virtude experimental ! |
e ao ser não esperado |
parece mais meritório |
que sendo em laboratório |
não há erro provocado |
o processo científico |
é um jogo específico |
e quem precisar de subir |
não poderá sucumbir , |
nem poderá desistir |
só lhe restando insistir . |
e era seu corolário |
que quanto mais falho mais desço |
afinal, é ao contrário |
pois, se mais falho, mais cresço |
e tudo para concluir |
e deixar justificado |
que até estou a evoluir |
e cresço por ter falhado , |
exceto o que foi feito |
pela pobre criancinha |
que a sua falta de jeito |
só era a idade que tinha |
11 . outubro . 2020 |
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