ALMA GAIVOTA


Andou sempre em baloiço a minha alma
E nunca se cansou de baloiçar
Ainda hoje anda um baloiço a namorá-la
E uma criança escondida junto ao mar.
Andou sempre apaixonada a minha alma
Por telas de campos e verduras
E por anéis de búzios e conchinhas
E colchões de algas roxas e escuras.
Andou sempre ao pé dos olhos a minha alma
Com um sino dentro dela a tanger
E escalou alturas e escadas
De torres impossíveis de descer.
Andou sempre à procura da beleza
A minha alma que não consigo desenhar
Mas sempre que lhe boto umas asinhas
Lá vai ela, ave menina, a gaivoar.

Comentários

Anónimo disse…
Quem a conhece sabe que a professora deve gostar muito muito mesmo de baloiços.Há tempos falou-nos das acrobacias que fazia no trapézio do seu baloço da praia e de mais outras coisas de que diz arrepender-se...
Com que então a alugar o baloicinho? Mas é bom falar-nos da sua vida. Veio propósito da Sophia de Mello B.
Um dia destes vai ter que saltar.
Bjs.
TempoBreve disse…
IBel!

É bom vir aqui, ainda a manhã é menina, e ler este seu poema, onde todas as harmonias se fundem em melodia de encantar: o movimento contínuo do baloiço, e para as alturas; as cores que se sucedem unindo espaços de gostar,e as formas dos objectos que as completam e iluminam; o tanger ressoante de sinos a correr pelo espaço fora. E tudo isso, assim sequênciado e unido, em palavras tão claras, tão cheias de sabor da vida, tão cheias de sentimento. É manso e lindo este poema que esvoaça por nós dentro e nos deixa o tom doce da paixão e liberdade que a vida, para ser vida, tem que ter.
Gosto muito do "gaivoar", que já vi noutro lugar. E quando acabei de ler este tão belo poema, retirei-lhe as reticências, o que é um direito meu.
Também reforcei a opinião que lhe transmiti num outro comentário.
Acredite que gostei. Que gostei e que é poema.
:-)
Anónimo disse…
Gira que gira
E torna a girar
Esta gaivota de alma
A voar.....

Beijo luminoso
Anónimo disse…
Eu fui ao jardim da Ibel,
girofé, flé, flá...

O que foste lá fazer?
girofé, flé, flá...

(Fui) gaivoar no seu baloiço
Giroflé, flé. flá...

Irmã cinda
Anónimo disse…
Olá Neptuno!

Sabe que temos uma paixão em comum-a água!Esta,pelo menos ,é visível, não fosse você deus marítimo. Mas devemos ter mais, caso contrário não viria cá.
Eu gosto que venha.E muito!
Beijo
Anónimo disse…
Olá Tempo Breve!

Fico deliciada sempre que cá vem comentar o que escrevo e a sua vinda é uma honra para mim e você sabe muito bem porquê.
Ontem você foi brilhante no seu discurso em voz doce, mas tão cheio de lógica irrefutável. E eu pensei "este homem é um líder e não precisou de se exaltar para convencer.Vem com aquela postura feita de sabedoria de quem sabe, de quem lê, de quem tem sensibilidade."
Hoje o texto foi sensação.
Quanto ao que diz da minha poesia agradeço, pois eu sei que já me leu a alma e acredita que tenho sempre lá um baloiço.
Segui a sua sugestão e retirei o que você já tinha retirado. Também gosto mais assim.
Um pisquinho,sim?
Anónimo disse…
Estrelinha,

Baloiçamos mesmo o mesmo ritmo!
Que lindo!


Baloicinho, tá!
Ibel disse…
Mana,

Tu vieste ao meu jardim e eu vou sempre ao teu restaurante buscar o cheirinho das especiarias para temperar as forças para baloiçar.

Beijoflé, Beijoflá!
Elisabete disse…
É o que disse, descobri uma poetisa. Lindo!
Faço minhas as palavras de tempobreve que me parece, também, muito sensível e tem uma escrita muito lúcida.
Gente interessante nesta blogosfera...
Beijinhos
Ibel disse…
Elisabete,

Realmente, a vida é feita destas surpresas que "nos reconciliam com a vida".
Fui para o colégio de Santa Maria com três anos e saí na terceira classe, com uma história que irá sair nos frutos brevemente.Andámos pelos mesmos sítios, mas nunca nos encontrámos,quando eu saía, você entrava e veio o destino juntarnos na blogosfera. MARAVILHA!
Mas certamente que foi colega da minha irmã que tem a sua idade.
Obrigada por me ter relembrado as "hóstis", porque estavam esquecidas, mas agora sorrio ao pensar nisso.Era mesmo muito bom...
A minha mãe dava aulas de favor no Colégio,sempre que faltava uma professora que me marcou negativamente e cujo nome varri completamente da memória. Eu hei-- contar.
O resto que fica por dizer, vou escrever em " AS Ilhas Encantadas",
minha já muito querida amiga.
Beijinho.
Anónimo disse…
Elisabete,
Leia-se "juntar-nos".

Mais um beijo
Ibel disse…
Elisabete,

Leia-se " veio o destino juntar-nos na blogosfera".
Também estou já tão familiarizada com Lia, que, às vezes ,salta ela...

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