A GUERRA E A PAZ Entre a paz e a guerra há um tempo de intervalo em que uns tratam da terra e outros dão ao badalo. Estamos em tempo de paz combinei com o inimigo eu não ligo ao que ele faz ele não liga ao que eu digo. Quando for a guerra fria resmunga-se ao desafio ele cala-se e não pia e eu murmuro e não mio. Em guerra declarada a melhor arma é o fado é a viola de um lado e do outro a desgarrada. À vez, só um cantará fica mal a gritaria no fim a guerra dirá quem ganhou na cantoria.
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A mostrar mensagens de junho, 2020
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O SORRISO Deixa-me ver teu sorriso que nele me vejo também , mesmo não sendo preciso saber tudo o que contem . sabendo que é nele que estás é nele que eu me verei e logo eu sentirei o que nele me dirás . Essa expressão facial que nós temos para exprimir ! não sei de um outro animal que saiba rir ou sorrir . tudo podemos dizer num sorriso ou gargalhada numa forma de o fazer fica dito tudo e nada . Seja uma forma de apelo ou seja a alma a falar basta um sorriso singelo para a mensagem chegar ! um sorriso desfiando a luz da alma se abrindo é como ave voando ou uma flor sorrindo Ou um coração sentindo se tímido se fez, calando , ou um desejo pedindo ou um lamento deixando , ou a risonha expressão de alegria ou surpresa ou só manifestação de satisfação ou tristeza E não há sorriso mudo ou sorriso carrancudo , há só o sorriso amarelo com que se disfarça um riso . Mas...
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O coração tem olhos e enxerga os aromas do amor. A minha mãe dava-me gemadinhas para me proteger da fraqueza e da anemia. Como ela, outras mães farejam os filhos e dão a volta ao céu para que os seus voos sacudam a debilidade dos frutos e derrubem os gritos das maleitas. Só as mães miram devotas a clara mó do sangue que multiplicam em astros de amorosa luz. Ficam a orbitar, depois do rio, numa auréola branca que resplandece no gelo clara como a carne da da mais gloriosa memória. ( pintura de Almada Negreiros)
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SABER POPULAR Há um saber popular seja presente ou passado em que se deve pensar para um futuro avisado. Já minha mãe me dizia com toda a sabedoria : quem faz a cama bem feita muito bem nela se deita ! Também o povo nos deu outra máxima perfeita : que o que torto nasceu tarde ou nunca se endireita É melhor ser paciente buscando a melhor receita será da melhor semente que vem a melhor colheita. E agora vos digo eu aproveitando o ditado que quem da mãe se esqueceu acabará condenado ( fotografia retirada do google- álbum das glórias)
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Lisboa, 10 de junho de 1579 [...] Obra em que a pena se alongou são dez cantos de idas e chegadas e os feitos gloriosos que cantou de guerras e terras conquistadas também deuses e deusas conquistou para o favor dos ventos e arribadas . São relatos de feitos importantes vencendo mares e mitos arrogantes Por esse obscuro e atro mundo para lá e para cá se foi andando num jeito todo seu de vagabundo fazendo o que fazia, não parando sulcando no escuro o mar profundo , enquanto escrevendo ia cantando os feitos do que fomos, Lusa Gente , descritos com paixão e alma ardente [...]
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O sol e a lua Andam o sol e a lua cada um sempre na sua desce o sol, vai devagar entra a lua em seu lugar. No que vai, ouço o lamento na que vem, sinto o intento. E vejo uma troca de olhares em que o cravo diz à rosa: estás tão linda, gostosa! Ouve lá, ó mentirosa porque sais com esses ares onde vais tu tão airosa? Que tens tu a ver com isso? Deixa de ser metediço vou ali a ver o mar nele me fico mirando até me vejo bailar no meu luar baloiçando! Gosto do mar sereno no seu marulhar ameno enrolando a cor da espuma em ondas que, uma a uma, mansamente a deslizar, fazem o branco brilhar . Quanto brilho nessas cores das muitas que o branco tem e quantos os seus sabores! É por ter mais que uma cor que o branco que as contém tem mais brilho e mais fulgor. E de mãos dadas, distantes cada um no seu brilhar faça sol ou faça lua a cor é sempre a do mar!
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Como é possível esquecer-te se me é possível lembrar-te se foste o afago e o mundo o rio a correr profundo na escarpa a despenhar-se? Como é possível à ave fugir no voo ao enlevo se o céu é o seu destino o azul lençol divino onde nem se atreve o medo? Como é possível esquecer-te se me é possível lembrar-te afagada em tuas mãos em pinheiros de verão que não ousam apagar-te? Como é possível esquecer-te se me é possível lembrar-te?
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Não venhas tão tarde à noitinha que tenho pressa de te ver chegar mas, se tardares, toca à campainha entra com passos de andorinha e diz-me que vens para ficar. Entra-me no sonho com leveza para que a alma fique aconchegada veste-me com mimos de princesa dá-me a tua mão sem estranheza e nem precisas, amor, de dizer nada.
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Cada uma de per si as palavras nada são sejam bonitas ou não e até sendo malditas serão sempre pr'a ser ditas quer faladas quer esritas ou largadas por aí em qualquer tempo ou lugar por quem quer comunicar. E pr'a serem escutadas de preferência, a meias não para serem guardadas mesmo que sejam patranhas, pois ficando nas entranhas ficam feias ou estranhas como se fossem montanhas sílabas de sons ou de letras tretas, apenas tretas inútil vocabulário no baú de um dicionário. A palavras quer calor para ter significado e perde todo o valor se não for nele enquadrado o que se quer transmitir a quem o quiser ouvir. Quer seja só para agradar ou alguém aclamar ou um dito para afagar ou até incomodar a palavra é intenção e nela tem de haver razão que atinja o coração provocando-lhe afeição quando não a rejeição. E ser viva no momento motivando um pensamento ou causando um sentimento de alegria ou sofrimento. E ajuda em convivência num instante ...
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Hitita podia ser um nome de rapariga toda catita com vestido de folhos colhendo mafressilvas para enfeitar o seu amado que haveria de chegar pelo rio acima para ver no prado a flor bonita. Hitita! e ela correria no vento para o colher na aragem com pressa de o abraçar. Que história curtita! foi só uma horita.
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Depois que a casca envelheceu ainda tem sonhos nem sei como isso acontece mas a verdade é que de noite uma vegetação de sílabas e um murmúrio de cores irrompe subitamente do escuro numa ária de poemas soltos. Floridos e enramados vêm agitados de primavera a entoar cantares de amor com agulhas nos lábios. É na hora dos sentidos despertos em que os sonhos se acomodam e, num só trago, a boca mede um copo de vinho maduro para chegar a Ítaca. Então, em vez de ar, é mar o que se agita em corolas infinitas de espuma cantante e o lábio guloso pede a renovação de Baco no copo sequioso até que Ulisses regresse à casa do amor com corais e ébanos coroado. Circe- Tela de John William Waterhouse -