O coração tem olhos
e enxerga os aromas do amor.
A minha mãe dava-me gemadinhas
para me proteger da fraqueza e da anemia.
Como ela, outras mães farejam os filhos
e dão a volta ao céu para que os seus voos
sacudam a debilidade dos frutos
e derrubem os gritos das maleitas.
Só as mães miram devotas
a clara mó do sangue
que multiplicam
em astros de amorosa luz.
Ficam a orbitar, depois do rio,
numa auréola  branca
que resplandece no gelo
clara como a carne da
da mais gloriosa memória.


( pintura de Almada Negreiros)





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