A GUERRA E A PAZ
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Entre a paz e a guerra
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há um tempo de intervalo
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em que uns tratam da terra
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e outros dão ao badalo.
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Estamos em tempo de paz
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combinei com o inimigo
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eu não ligo ao que ele faz
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ele não liga ao que eu digo.
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Quando for a guerra fria
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resmunga-se ao desafio
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ele cala-se e não pia
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e eu murmuro e não mio.
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Em guerra declarada
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a melhor arma é o fado
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é a viola de um lado
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e do outro a desgarrada.
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À vez, só um cantará
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fica mal a gritaria
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no fim a guerra dirá
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quem ganhou na cantoria.
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ESTIO À BEIRA-FRIO
Sinto no frio da água E no outono da folha O Inverno ch egado. Um certo desalento Um certo desagrado E uma paixão no mesmo assento. Porque será ? É agora o tempo Do crepitar da brasa E do silêncio recolhido No calor do livro. É tempo de carpir E de despir a árvore A folha desbotada. Mas se é lisa a fêmea vegetal Cobre-se de folhagem O chão E a fria paisagem Esquenta a emoção Da miríade miragem. O vento geme nos beirais E dos confins do céu Não há sinais de asas. A chuva é cântaro Mas crepita o lume E a mão espevita Lascivamente o livro. A página levanta a saia Num sorriso de catraia E faz-se estio à beira-frio.
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