Ok,fruto-seguro!..Fala a madrinha da Marta!
A Marta é morena e a madrinha desta graça sou eu. Leia-se graça como metáfora de cheia de graça quando ela passa, que o mesmo é dizer que a rapariga tem um rosto abençoado e uma boca bem humorada, sempre pronta a metralhar na hora certa sem falhar o alvo. E o sorriso:-)?
Insisto, portanto, na sua graça e, quanto a isso ,havia muito página a escrever, mas como dizem que lhe pus bem a mão por cima, não me fica bem enumerar outras graças suas, para calar as más línguas que dizem que gosto de me ver ao espelho. A Marta poderá confirmar tudo o que afirmo.É só telefonar-lhe. Vá telefone-lhe.
Faça-o já ,e ouvirá uma doce cantata, acompanhada ao piano com notas de mi e si, a aveludar ouvidos lenhosos. Já houve algum tempo de inflexões em dó, quando a alma da Marta tocou um nocturno de Chopin virado para a plateia que era ela própria .Então fechou o piano .Mas quando o abriu, as notas vieram mais firmes e mais depuradas.
A Marta também é gatinha de miau madriiiiiha e miau padriiinho e o meu paiziiiiinho e o luiiiiisinho e outros inhos e inhas acompanhados de beijinhos e abracinhos e uma baciazinha na voz e uma languidez no olhar, sempre balizado pela fina ironia de um arco-íris de variadíssimas gaças mesmo engraçadas.
Para avaliarem a graça desta prenda que me coube em pias de baptismo, quando era mais nova e eu lhe dava uma ajudita em questões de literatura, sempre que chegava a minha casa sem o trabalhinho feito, enroscava-se no meu pescoço com guloseimas de beijos e depois lá vinha o pianinho da voz e os mis e os sis, e miminho e mais miminho, até que: ó madrinha, tu não me vais ralhar, mas eu não pude fazer os deveres, porque...
Ponto. Eu bem me queria zangar, mas a gata da graça, vinha com aqueles olhinhos delambidos e com aquele jeitinho a derreter manteiga...
Um dia eu disse-lhe:"Marta é a última vez que te faço os trabalhos".Disse-o mesmo zangada.
Vai a gata e sai-se com este miau miau:"ó madrinha, eu bem tento, mas tu escreves tão bem e tão depressa que acho mesmo uma perda de tempo tentar fazer numa tarde o que tu fazes em cinco minutos. Diz lá, não é?
Garanto-vos que a Marta escrevia e interpretava muito bem. Só vos conto isso para que vejais o calibre da sua graça.
A Marta e a Ana são como irmãs e tratam-se por primas. Espero que nunca se esqueçam dos laços de ternura que as unem, os mesmos com que os pais delas e do irmão Luís atam os seus, desde os degraus da sua juventude e dos sonhos mais lindos. Sonhos com eles e por causa deles. E desejo que nos recordem em família, falando de nós e do tempo que foi e como foi. Isso é uma obrigação.E um sonho de idade madura.
Para ti, querida Marta, que essa graça te acompanhe com cabazes de felicidade e com doçuras e ombros de miguelices ao som do piano dos teus miaus de mi e si.
"E que seja eterno enquanto dure." Pela vida fora.
Insisto, portanto, na sua graça e, quanto a isso ,havia muito página a escrever, mas como dizem que lhe pus bem a mão por cima, não me fica bem enumerar outras graças suas, para calar as más línguas que dizem que gosto de me ver ao espelho. A Marta poderá confirmar tudo o que afirmo.É só telefonar-lhe. Vá telefone-lhe.
Faça-o já ,e ouvirá uma doce cantata, acompanhada ao piano com notas de mi e si, a aveludar ouvidos lenhosos. Já houve algum tempo de inflexões em dó, quando a alma da Marta tocou um nocturno de Chopin virado para a plateia que era ela própria .Então fechou o piano .Mas quando o abriu, as notas vieram mais firmes e mais depuradas.
A Marta também é gatinha de miau madriiiiiha e miau padriiinho e o meu paiziiiiinho e o luiiiiisinho e outros inhos e inhas acompanhados de beijinhos e abracinhos e uma baciazinha na voz e uma languidez no olhar, sempre balizado pela fina ironia de um arco-íris de variadíssimas gaças mesmo engraçadas.
Para avaliarem a graça desta prenda que me coube em pias de baptismo, quando era mais nova e eu lhe dava uma ajudita em questões de literatura, sempre que chegava a minha casa sem o trabalhinho feito, enroscava-se no meu pescoço com guloseimas de beijos e depois lá vinha o pianinho da voz e os mis e os sis, e miminho e mais miminho, até que: ó madrinha, tu não me vais ralhar, mas eu não pude fazer os deveres, porque...
Ponto. Eu bem me queria zangar, mas a gata da graça, vinha com aqueles olhinhos delambidos e com aquele jeitinho a derreter manteiga...
Um dia eu disse-lhe:"Marta é a última vez que te faço os trabalhos".Disse-o mesmo zangada.
Vai a gata e sai-se com este miau miau:"ó madrinha, eu bem tento, mas tu escreves tão bem e tão depressa que acho mesmo uma perda de tempo tentar fazer numa tarde o que tu fazes em cinco minutos. Diz lá, não é?
Garanto-vos que a Marta escrevia e interpretava muito bem. Só vos conto isso para que vejais o calibre da sua graça.
A Marta e a Ana são como irmãs e tratam-se por primas. Espero que nunca se esqueçam dos laços de ternura que as unem, os mesmos com que os pais delas e do irmão Luís atam os seus, desde os degraus da sua juventude e dos sonhos mais lindos. Sonhos com eles e por causa deles. E desejo que nos recordem em família, falando de nós e do tempo que foi e como foi. Isso é uma obrigação.E um sonho de idade madura.
Para ti, querida Marta, que essa graça te acompanhe com cabazes de felicidade e com doçuras e ombros de miguelices ao som do piano dos teus miaus de mi e si.
"E que seja eterno enquanto dure." Pela vida fora.
Comentários
Gostei do texto e do título.
Hoje estava um bocadinho má, não estava? Era cada olhar daqueles que mata...ah....ah...!
Não posso dar o número da Marta sem lhe pedir autorização, porque o miau podi vir seguido de algum arranhão,porque ela sabe bem defender-se da ataques manhosos.(ah...Ah...Ah!).
Hoje realmente estava um bocado má, mas vocês não têm culpa. São histórias que têm a ver com burocracias.Vocês são lindos!
Ainda te hei-de descobrir,deus aquático...
Beijo
OBRIGADA, pelo amor, pela lufada de auto estima, pelas perucas e pinturas, pelas coreografias na tua sala, pela alegria e acima de tudo OBRIGADA pela IRMÃ que não tive e que completa o trio de manos,já pais e tios! A tua Estrelinha descreve a nossa relação muito bem num miminho que me fez um dia "AD AETERNUM"... Por isso não há preocupações para ti e para a tua IRMÃ Cinda (minha mãe que eu tanto AMO) quanto ao estreitar das relações porque é promessa minha que ficaremos as duas juntas, a perpetuar as Vossas relações e sentimentos de que somos fruto com MUITO ORGULHO!!!
Beijinhos... A ti, ao padrinho (miauuuuu), à Estrelinha (luz também minha em todos os momentos) aos meus pais, mano, cunhada (mais que cunhada, mãe do fruto de nós todos), Um especial para a NOSSA marota e mando estes beijinhos para toda esta gente no teu blog porque ele não é só teu, é nosso porque nós somos teus também! Lufada de amor e família... MUITO BOM!
E posso fazer uma homenagem especial madrinha? Posso?... (miauuu) Aqui vai:
Beijos, milhões deles ao Miguel das doçuras e ombros que descreves que vieram completar o círculo da AMOR que é a nossa família e que acima de tudo me veio completar a mim!
AMO VOS A TODOS, Ad aeternum...
Este teu miau e esta tua graça puseram-me a chorar.Tu és memo gatinha de estraçalhar tudo cá por dentro.
Obrigada por me teres trazido algum cheirinho do passado. É bom saber que um dia vou ser recordada dessa maneira tão louca e tão divertida.
Afinal, devia ter mesmo exigido que fizesses mais vezes os trabalhos de casa.Que belo caderno de páginas literárias!
Ó maré de minhas ondas que em ti se verteram na pia baptismal e outras....
Beijinhos de miiiiii e siiiiii
E vamos ao que interessa: quando nos juntamos para trocar as lágrimas por gargalhadas?
A marcar com urgência!
Beijinhos
Marta
P.S. Obrigada pelas lágrimas também...Até porque estas são de boas colheitas!
Devo antes demais anunciar que este incomensurável reino já tem Deus protector... devendo o meu colega Neptuno prosseguir com seu notável trabalho marinho! :)
Os meus respeitosos e sentidos cumprimentos à anfitriã pela exímia e apaixonante forma de esculpir sentimentos nas palavras.
Beijos,
O afortunado das "martices" ;)
"O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio."
Um Bom Dia para todos!!
Onde se lê "da Caeiro" deve ler-se "de Caeiro".
Beijos estelares
Realmente,hoje os olhos estão como o tempo...
Tu tens que vir cá mais vezes, Marta,uedeixar a rescendência da poesia que em ti mora.
Não sei se quero trocar estas lágrimas por gargalhadas, porque lavam-me com águas que falam de amor.Mas as gargalhadas também.
Atira o teu humor para este blogue da tua madrinha.Um dia vais gostar de te recordar.
Quando me mandas mais guloseimas?
Beijinhos
É bom saber que o das miguelices se reconhece afortunado.Mas parece-me que a gata miau também sabe bem a prenda que tem(até rima!):)
Obrigada pelas lindas palavras que aqui deixou e volte sempre, porque tambám se lerá a si no futuro, pois já faz parte dos frutos familiares.
Essa gatinha é muito inha e precisa dos maiores cuidados.Fica ogrigado a miguelá-la sempre.
Beijinho da madrinha.
Vou interpretar o poema da maneira que me sabe bem interpretar...
Quando um dia eu for sombra, virás aqui ter comigo e saberás que, onde quer que eu esteja "o meu amor por ti será sempre uma companhia"e ver-me-ás como sol, porque é como sol que quero ser recordada.E sentir-te-ás aquecida e o teu brilho de estrela será ainda maior.
Escolheste o poema de Caeiro de que eu mais gosto e que inspirou aquela minha frase"a morada exacta é aquela em que o amor é uma companhia".
Beijinhos solares
Ah ah ah,
Riso moribundo,
Efémere felicidade,
D'um mero defunto.
Rio-me da morte,
Rio-me da vida...
A vida é sorte,
A morte é sabida.
Sou puro fantasma,
Mas nada assombro,
Pois perdi a alma.
E gente?
Dessa não me lembro...
António Pires
Tão novo e tão bonito e com pensamentos tão pessimistas!
Vamos lá atirar para aqui coisas floridas como a Primavera da sua idade.
Mas continue a vir e a mostar a alma,seja ela sol ou chuva.O que é preciso é ter alma e gostar de a ter...
Beijinho