
JANELAR.... Quem me conhece sabe o quanto preciso de ver, olhar, sentir , tocar a natureza. Sou sensorial assumida. Gosto de observar a natureza de todos os cantos e de me surpreender pela beleza e pela seiva de força e de harmonia que transmite. Fico tempos infindos a sorver as cores, os matizados, os cheiros, as formas, os volumes, as imagens de luz, ora quentes ora sombrias, convidativas à divagação nostálgica, mas não depressiva. Tenho uma especial atração pelas janelas . Abrem-nos clareiras de versos, portas para o imaginário, pontes para a memória. Talvez por isso, sempre me fascinou a janela no Vale de Santarém, pretexto para Garrett costurar devaneios de um romantismo inocente. "Para mais realçar a beleza do quadro, vê-se por entre um claro das árvores a janela meio aberta de uma habitação antiga mas não dilapidada - com certo ar de conforto grosseiro, e carregada na cor pelo tempo e pelos vendavais do sul a que está exposta. A janela é larga e baixa; parec...