Deixo as mãos na soleira da porta para que não as pises.Só isso me sobrou do que fui de ternura e preciso das mãos para folhear os livros que te escrevi espalhados sobre a casa.
As mãos dizem do coração e foi com elas que segurei a tua felicidade enquanto a chuva vidrenta me alagava os olhos.
Anda uma rosa a desfolhar-se na friagem molhada e só os picos lhe falam do que restou da juventude. Nenhum gorjeio clareia o tronco da cerejeira nua e neste tempo de morrer uma canção obituária diz-me que não serei eu a fechar-te os olhos no dia de todos os silêncios.


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