Tarda a festa do sol. Cada coisa a seu tempo.
É preciso escutar o uivar do vento nos lamentos das árvores.
Sentir o odor da roupa molhada quando a chuva a desanca.
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Mas todo o inverno é triste para os olhos.
Anda devagar como um sonho sonolento.
Só a música acende a viuvez da noite
Nascem-me pés para descobrir o voo na sala deserta.
Renasce o que estava a morrer.
Ilha de emoções os meus rodopios de gaivota acordada
Mas assustada.

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Adormeço todas as noites com o coração a crescer
Acordo todas as manhãs com um sonho descalço
E é sempre um mar a chamar-me num eco de loucura.


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