MEU PORTUGAL Portugal, meu Portugal tão igual e tão diferente nesta Europa a ocidente numa posição lateral . Nem a leste nem a oeste e nem a sul nem a norte , não sei se isso é ter sorte mas foi aqui que nasceste , neste recanto amado à beira mar plantado , esse mar que dá o pão e ondas de aflição ! Teu destino e vocação na expansão foi riqueza foi glória e exaltação da mareação portuguesa , aventura e ambição e causa de tanta tristeza ! Olhando nós para poente correndo de norte a sul voltados para o horizonte é azul e sempre azul ! É o azul desse teu céu que nos cobre como um véu , é depois o azul do mar onde se repousa o olhar . São gentes lindas de olhar vindas de povos antigos , são corações amigos alegres por afagar . São montes, vales e prados são rios que vêm a descer são os campos trabalhados são canseiras de morrer jornadas longas e duras buscando s...
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A mostrar mensagens de abril, 2020
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Pequena fonte de luz Que se acende no escuro É como um coração puro Que tudo brilha e reluz. ************ Um pequenino luzeiro Em noite quente de verão Tem a força do clarão De um luar feiticeiro ************* Trocar um sonho ao deitar Em dia de escura hora É alma dentro a chamar O nascimento da aurora. ************
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Quando a noite não tem lua parece que tu sumiste é uma noite mais triste faltando uma imagem tua. Mas, depois, quando tu vens por entre a noite bailando é um manto de luz brilhando mostrando o brilho que tens. E é tão de luz o brilho do brilho que de ti vem que o teu sorriso de milho se faz de brilho também!
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Ora te penso ora te esqueço ora te chamo ora te clamo com voz silenciada. És aquilo de mim que tudo invento e por isso tu és tanto e eu sou nada. Em sílabas de ouro concertadas adornei-te com odor de rosmaninho foste astro foste asa foste ninho em forno de ternura fumegada. E já não digo das palavras que guardei das mágoas que sofri e que calei e que o tempo guardou no seu regaço. Por ti as reinvento agora, duro amor, reinvento o osso a carne a crua pele reinvento o amor a cada passo.
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Quero, quero, quero tanto cheirar os cravos que usas e pô-los junto ao meu peito por cima das minhas blusas ! Junto-lhes a tua elegância , a graça do teu encanto pingos d aquela fragrância , que me deste e gosto tanto! Serei eu a cinderela tu, o príncipe encantado nesse rio navegado que vejo da minha janela.
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Não posso dormir sem emprestar ao meu sono o teu sorriso e enrolar-me nele sem que te acorde. De que lado tomba esse teu cair de olhos não sei se frágil se pesado se brisa se ramagem se abelha Sei que a noite se debruça sobre o corpo e os arbustos do jardim abrem as mãos para dançar a valsa da noite. Não lhes escutas a voz a entrar-te no sono esplendor de negrume alado e um ardor de asa a roçar-te o coração? Dorme, corpo solitário, quase gerânimo quase luz , quase leve, quase dos meus passos quase rosa quase eu quase.
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Que anda o sol a fazer na órbita do meu olhar se não te vejo nem beijo quando me ponho a sonhar? Que anda a lua a fazer no céu extenso de anil se não te vejo nem beijo nem de frente ou de perfil? Que anda a água a fazer no leito do nosso rio se nem te vejo nem beijo e fico morta de frio? Que anda o barco a fazer com os remos à deriva se não te vejo nem beijo nessa linfa fugitiva? Que anda o tempo a fazer no tempo da nossa voz se não te vejo nem beijo nesta solidão feroz? O tempo anda fazendo o que lhe cabe fazer e se não te vejo nem beijo mesmo assim, quero viver. A água corre no rio o rio corre a correr mas é nas águas do rio que eu me quero morrer.
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Hoje é o dia do planeta Terra e aqui, no meu cantinho, não posso deixar de o celebrar. Gostava de lhe fazer um poema de amor, mas tenho-lhe dedicado as mais belas orações ao longo da vida. Amo a Terra a cada hora, desde que me ergo até que me deito e, mesmo de olhos fechados, rezo poemas com os nomes todos que ela me oferece na beleza do que vejo, ouço, sinto. Adormeço melhor. Adormecemos juntas. A Terra é uma das minhas paixões desde muito menininha. Vinha na voz do rio, na ondulação das searas, no levantar e cair da névoa, na humidade da areia e da erva, na calma ondulação do mar à hora da descida da luz, quando a praia ainda era quase só da catraiada, Mais um bocadinho,minha mãe! Há uma obstinação de natureza, uma consanguinidade quase genética entre mim e aTerra. E continuo a senti-la como um enorme mistério que me leva às lágrimas. Do mundo, levarei também este amor para a outra terra que for depositária não da alma, mas do corpo. A alma ficará espalhada por ...
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Dei-te os meus olhos, moreno negra a alma me ficou e por mais que a lavasse na pedra lisa do cais negra negra ela ficava mas branca, nunca ela mais. Ficou como os teus cabelos negros negros reluzentes eram tão lindos os negros dos teus cabelos candentes. Dei-te os meus olhos , moreno nunca mais eu pude ver mas mesmo cegos meus olhos não tens de mos devolver. Dei-te o que tinha mais belo, meus olhos cor de verdura, por isso brilham estrelas no teu quintal, noite escura. Ai que lindos os meus olhos na relva dos olhos teus talvez que a relva regada encontre na terra os céus. Dei-te os meus olhos, moreno e com eles foi inteira a minha alma menina tão linda, de brincadeira!
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A minha vida era longa assim a sentia eu julgava-me dona dela dona da terra e do céu. A minha vida era feita de rosas e poesia quanto mais fazia versos maior a vida crescia. Fiz poesia de amor rimei beijos com fartura queimei-me perto do sol mas nunca fiz queimadura. A minha vida foi minha bailarina de navios mas da vela da corrente apagou-se-lhe o pavio. Adeus, adeus presunção que a vida já não mente cai a casa pouco a pouco fica distante a nascente. Adeus vida, adeus ribeiros adeus pedrinhas da ria que me vou a outras águas quando me chegar o dia. Já não tenho presunção nem ilusão de amanhã quebra-se a asa do sonho quero-me do lado de lá.
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Uma tarde com o maior de Portugal. O Poeta! Ainda me recordo do martírio da divisão das orações d' Os Lusíadas, terível Adamastor, quando a minha vontade era dizer a epopeia em voz alta. Está lá tudo, desde a música da mais alta linguagem, afinada ao ouvido, até às vozes poderosas que ecoam no mais sublime edifício da língua portuguesa. Histórias, amores, canções, zangas, ralhetes, tudo numa construção intrínseca de maravilhoso e de real. Como gostaria de ter aprendido a epopeia numa outro acorde intelectual. Como gostaria de ter compreendido que há uma língua portuguesa antes do relato épico e depois dele. Chamo a atenção dos meus alunos para aspetos que são negligenciados. A grandeza da história de amor de Pedro e Inês, feita de matéria lírica e que resultaria num êxito retumbante no cinema. Um amor com a oposição do pai e do reino, a insistência nesse amor por Pedro,a contratação de dois assassinos que matam Inês, a fúria e dor insuportáveis do amante que obriga a corte a...
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Na árvore do quintal da casa deles os meninos andam à roda, andam à roda, e o mistério do mundo é do tamanho disto. a sombra das folhas não abafa o alarido dos segredos e a inveja da infância é eu ser o que já sou hoje e haver árvores onde gostaria de me guardar eterna para dizer que fui esses meninos mais o que havia debaixo das árvores. ( em jeito de Álvaro de Campos aldrabado e tudo)
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A pedra, a voz, a catedral, o sublime. O empenho do Homem em erigir o mais límpido da arte, de perseguir a substância da plenitude, e a outra face destruidora, contrária à natureza. Na voz de Andrea Bocelli, nada de invisibilidade. Estava lá tudo, como uma aparição. Deixei chorar o quanto os olhos pediam.
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A pandemia que assolou o mundo tem-me feito pensar nas consequências que dela advirão. E não só as de ordem económica. Mergulhámos num isolamento prolongado e disciplinado que aboliu as manifestações afetivas de contacto físico e instalou o medo e quase rejeição do contacto com o próximo. Houve quem acatasse sem grande perturbação as medidas impostas, m as há quem tenha aceitado mal essas imposições. Daqui podem resultar comportamentos muito antagónicos, como aconteceu na Europa entre as duas Grandes Guerras. Otto Dix, pintor expressionista alemão perseguido por Hitler, veterano da primeira Grande Guerra, ilustrou as sequelas sociais, morais e psicológicas resultantes dos dois gravosos períodos bélicos que abalaram a Europa: a ânsia de viver a vida numa embriaguez despudorada e louca e a contenção, o medo, o pânico de voltar às vivências do quotidiano. E a pobreza! Os que se auto-impuseram distanciamento e solidão - irão demorar a ultrapassar as s...
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Um caudal de água fria numa margem do olhar uma friagem vítrea na carne um farricoco quaresmal em procissão de enterro adiado. Gorjeia uma ave no ar esquivo e medito um rio azul de azul ou um verde de aguarela perto da lonjura. Ou perto de Ti porto para a distância. De todos os barcos que naveguei sobram-me remos mas nenhum atravessa de sol a varanda fria onde penduro o que ainda rescende a flor por abrir. Nesta Páscoa árida, um Cristo ressuscitado vem mais redondo de morte. No branco da renda o seu corpo de arcanjo agoniza espalmado numa dor vertical repetida por séculos e séculos em misérias sombrias e dores sem remédio. .
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Umas vezes eu sou Lia Outras vezes sou Ibel Outras vezes a Velida Outras vezes Isabel Outras vezes Pardalito Outras vezes Gaivoar Outras vezes Cotovia Outras vezes Praiamar. Sou sempre quem penso ser Nos elementos que há Todos à face da terra Todos de rosto no mar. Sou filha de minha mãe Nos elementos que sou E os frutos que hoje provo Foi seu ventre que os gerou. Sou menina , sou mulher Sou flor do meu jardim Sou trovador , borboleta Sou esta alma inquieta Sou tudo dentro de mim.
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O tempo nos devora e pouco se demora em nós a primavera mas há sempre um rio e a linfa vacilante entre a música e a luz no caudal ligeiro que a corrente leva. Belo é jorrar na margem que se julgava estagnada um jato de água que devolve à paisagem o encanto da vertigem um alento de vento que ficou suspenso no pulsar da aragem. ( tela de Joaquín Sorolla, para mim, um dos grandes pintores impressionistas , exímio no jogo e na harmonia de cores e luzes )
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CAOS Como fantasmas vivemos em leito de confusão: carros,casas,cascos,catos facas,ferros,fisgas,fogos e nenhum barco na mão. Como loucos nos vestimos de feitios complicados em corredores de ilusão e a vida passa a correr na sibéria da aridez no meio da multidão. Como palhaços de circo fazemos acrobacias nos beirais das nossas praças e mutilamos as asas dos ninhos das nossas vidas com vendavais de desgraças.