A minha vida era longa
assim a sentia eu
julgava-me dona dela
dona da terra e do céu.
A minha vida era feita
de rosas e poesia
quanto mais fazia versos
maior a vida crescia.
Fiz poesia de amor
rimei beijos com fartura
queimei-me perto do sol
mas nunca fiz queimadura.
A minha vida foi minha
bailarina de navios
mas da vela da corrente
apagou-se-lhe o pavio.
Adeus, adeus presunção
que a vida já não mente
cai a casa pouco a pouco
fica distante a nascente.
Adeus vida, adeus ribeiros
adeus pedrinhas da ria
que me vou a outras águas
quando me chegar o dia.
Já não tenho presunção
nem ilusão de amanhã
quebra-se a asa do sonho
quero-me do lado de lá.


Comentários

AC disse…
Ainda é cedo para se chegar à margem do grande rio, Ibel. Muito cedo, mesmo.
(As palavras, essas, encantam sempre)

Um beijinho :)

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