Dei-te os meus olhos, moreno
negra a alma me ficou
e por mais que a lavasse
na pedra lisa do cais
negra negra ela ficava
mas branca, nunca ela mais.
Ficou como os teus cabelos
negros negros reluzentes
eram tão lindos os negros
dos teus cabelos candentes.
Dei-te os meus olhos , moreno
nunca mais eu pude ver
mas mesmo cegos meus olhos
não tens de mos devolver.
Dei-te o que tinha mais belo,
meus olhos cor de verdura,
por isso brilham estrelas
no teu quintal, noite escura.
Ai que lindos os meus olhos
na relva dos olhos teus
talvez que a relva regada
encontre na terra os céus.
Dei-te os meus olhos, moreno
e com eles foi inteira
a minha alma menina
tão linda, de brincadeira!

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