Quero, quero, quero tanto |
cheirar os cravos que usas
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e pô-los junto ao meu peito
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por cima das minhas blusas !
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Junto-lhes a tua elegância ,
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a graça do teu encanto
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pingos daquela fragrância ,
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que me deste e gosto tanto!
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Serei eu a cinderela
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tu, o príncipe encantado
nesse rio navegado
que vejo da minha janela.
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ESTIO À BEIRA-FRIO
Sinto no frio da água E no outono da folha O Inverno ch egado. Um certo desalento Um certo desagrado E uma paixão no mesmo assento. Porque será ? É agora o tempo Do crepitar da brasa E do silêncio recolhido No calor do livro. É tempo de carpir E de despir a árvore A folha desbotada. Mas se é lisa a fêmea vegetal Cobre-se de folhagem O chão E a fria paisagem Esquenta a emoção Da miríade miragem. O vento geme nos beirais E dos confins do céu Não há sinais de asas. A chuva é cântaro Mas crepita o lume E a mão espevita Lascivamente o livro. A página levanta a saia Num sorriso de catraia E faz-se estio à beira-frio.
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