Hoje é o dia do planeta Terra e aqui, no meu cantinho, não posso deixar de o celebrar.
Gostava de lhe fazer um poema de amor, mas tenho-lhe dedicado as mais belas orações ao longo da vida. Amo a Terra a cada hora, desde que me ergo até que me deito e, mesmo de olhos fechados, rezo poemas com os nomes todos que ela me oferece na beleza do que vejo, ouço, sinto.
Adormeço melhor. Adormecemos juntas.
A Terra é uma das minhas paixões desde muito menininha. Vinha na voz do rio, na ondulação das searas, no levantar e cair da névoa, na humidade da areia e da erva, na calma ondulação do mar à hora da descida da luz,  quando a praia ainda era quase só da catraiada, Mais um bocadinho,minha mãe!
Há uma obstinação de natureza, uma consanguinidade quase genética entre mim e aTerra.
E continuo a senti-la como um enorme mistério que me leva às lágrimas.
Do mundo, levarei também este amor para a outra terra que  for depositária não da alma, mas do corpo. A alma ficará espalhada por esses sítios evocados.
Gostava de ficar num quintal onde houvesse um gato, uma cotovia, um rouxinol, bichos,  mas não tenho terra.
O cávado falar-me-á sempre de amor. Nele, a poeira de mim.

(A mão é minha, na janela do quarto onde costumava  passar férias) 

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