Deve ter havido um tempo
eu sei que houve o templo
da natureza que nada nos pedia
e a ela regressávamos em cada respirar
intactos no rosto e na alegria.
Embalados no prazer das conchas vivas

indomáveis de terra e de arvoredos
ouriços ressarcidos,
não sonhávamos os punhos
que sobre nós tombavam

feridos de trevas e de medos.
Deve ter havido um tempo
eu sei que houve o templo
da sagrada face das colinas
no crepúsculo das tardes derradeiras
quando o vento erguia a sua face
no horizonte azul de bebedeiras.


E de frente olhávamos o mar
num fulgor vertical de harmonia.


Quando? Não sei 
mas que era, foi,
disso estou certa
que a alma sabe o rasto
da espuma imaculada
e da graça ou garça extasiada





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