Um dia vogarei
como um navio
sem o desassossego
dos relógios inquietos
numa estrada translúcida
de um mar sem fim
e o azul das águas
e o branco da espuma
serão reais por ser em mim.
Um dia todo o infinito
que na linha do horizonte se desenha
-régua aveludada das cores da luz-
irá fundir-se em mim como uma quilha
da nau florida que no mar reluz.
Um dia incerto será só a minha alma
e meus olhos já sem ver
que verão a cor exata e certa
do dia inteiro que adivinho conhecer.
Um dia serei eu a espuma pura
e o infinito e o céu e o roxo e o mar
e encontrarei meu paraíso eterno
que na terra pude só adivinhar.


( poema para a minha mãe)

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