Prometo amar o sol todos os dias que me restam e iluminá-lo com as sílabas do teu nome. Prometo a voz vagarosa a repeti-las num pátio de ternura e a demorar-me na música como me demorei nos cabelos do mar. A vida é esta rosa apertada num muro e o eco do universo puro, insuspeito mesmo à chuva. Por isso dançarei onde te habito da primeira hora do dia até à última da noite. E dar-te-ei os rumores do pião de uma criança a navegar o início dos ventos. E ainda a voz que escutas sem cor palpável até ao que restar de vida. Que a palavra é a substância do tempo que regista o que a noite não deixa acabar.
Páscoa Feliz! Aleluia!
Por amar de mais morreu pregado numa cruz. Uma morte brutal sem palavras de consolo " Pai, porque me abandonaste?". Apenas a dor de sua mãe estraçalhada em ondas de gritos impotentes em oceanos de lágrimas, pelo peso do mundo que o seu filho carregava no corpo, humilhantemente nu e barbaramente exposto numa cruz, cujo suor escorria em sangue, pelo rompimento de vasos capilares flagelados pelos açoites, pela coroa de espinhos que penetravam o crânio, pelas dores lancinantes de lesões provocadas pelos pregos hediondos e certeiros do martelo implacável nos pulsos e nos pés. Mas no meio da agonia ainda tem palavras para suplicar:"Pai, perdoai-lhes, porque eles não sabem o que fazem". Por amar, morreu. Por amar de mais. E continua a morrer e a sofrer humilhações, na vastidão dos séculos, em holocaustos incompreensíveis de ódio e desamor, num sofrimento vão e inútil, senão para "os que sabem o que fazem". E para esses o perdão e o rosto limpo e as "est...
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